terça-feira, 26 de julho de 2011

Interpretação: A arte de ser fudido

Opa

Publicar o texto do @Paladino_San me motivou a postar uma coisinha ou outra aqui....bom, então vamos lá!

Uma das coisas que me fez ficar cansado do DnD 4e é o fato que já no primeiro nível o personagem já consegue sair fazendo malabarismos, não tem nenhum status ruim, e é praticamente imortal, sem falar que após algumas aventuras já acumulou um arsenal de armas mágicas. Entendo quem goste da 4e, eu também curto o aspecto "gamistico" da batalha e das táticas, porém acho que o jogo fica incompleto uma vez que os personagens são "perfeitos" demais.

Já usei o termo "super-heroi-medieval" para definir os PC's da quarta edição. E uso esse termo de forma pejorativa, na forma ruim do termo. Para mim o que me faz gostar mais da Marvel que da DC é o fato de que mesmo os herois da editora do Stan Lee tem seus defeitos e vícios, não são só virtudes como um Superman! Ou seja, acho que a 4e falhou ao tentar "equilibrar" demais as classes acabou deixando todo mundo mais Superman e menos Homem-Aranha.

Defeitos são legais, e não me venham com essa de que "mas isso é papel do jogar" ou "o background que é deve ter estes aspectos". A ficha TEM que ter alguns (não muitos) números ruins, o personagem precisa ser incapaz de realizar alguns atos. Ser ruim, falhar, ter medo de não conseguir são elementos importantíssimos para se construir uma boa interpretação e aguçar a criatividade.

Uma pena que um sistema que possa produzir combates tão cinematográficos e desafiantes tenham esquecido de dar um pouco mais de importância às falhas e defeitos dos personagens. Por outro lado, se tivessem feito isso, eu não estaria aqui agora escrevendo este post.....

Ufa foi bom voltar a escrever.

Acompanhem também o meu outro blog sobre o processo criativo de um sistema de RPG
poker-rpg.blogspot.com

Até a proxima

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Diablo II - RPG - Uma resenha por Paladino San

Opa!


Você sabe que o seu blog tá parado quando ele fica quase um ano sem postagens, e quando aparece um texto novo, nem foi você quem escreveu!


Gentilmente o @Paladino_San (também conhecido como Badauí do RPG) nos escreveu uma resenha sobre o Diablo II RPG. Jogo este que eu mesmo nunca joguei mais sempre tive curiosidade em conhecer.


Sem mais delongas!


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Diablo RPG
Por Paladino San

Tive a oportunidade, neste último RPGCon, de comprar um raro exemplar de Diablo RPG. Para aqueles que não conhecem – será que existem essas pessoas? – Diablo foi um jogo de muito sucesso para PC que cativou jogadores do mundo todo com uma ideia simples, porém ambiciosa, ser um aventureiro de 1º nível numa cidadezinha que acaba numa jornada para matar o Diablo.

Bem, mas o que muda no Diablo RPG? Primeiro é que ele vem dentro de uma caixa e com um aviso bem bacana, “não é necessário usar PC”. BAZINGA!

A caixa contém vários titles ou se preferirem mapas que podem ser montados ao bel prazer do mestre, por sinal não há nenhuma referência a como as dungeons devem ser, apenas quantas peças são usadas.

Mas antes de dizer os prós e os contras vamos analisar o que há na caixa, nela nós encontramos 5 fichas completas no segundo nível; um bárbaro, uma amazona, uma feiticeira, um paladino e um necromante. Cada qual com suas fraquezas e seus pontos fortes criando formas bem diferenciadas de como jogar.

Além das fichas há também um livro de regras com várias tabelas, um livro só de quests, os titles e os tokens dos monstros que serão usados.

Vale lembrar que o Diablo RPG foi lançado numa fase intermediária entre o AD&D e o D&D, ou seja, o jogador ao tentar atacar deve rolar o d20 e subtrair do to hit inerente ao seu personagem. Em minha opinião, um ponto fraquíssimo já que entre isso e o BBA do D&D 3.X, fico com o último.

Na ficha dos personagens há um marcador de mana e um de vida, mantendo uma das características básicas do jogo para PC. Um fato curioso é que na ficha há um espaço cheio de quadradinhos que representam o slot do personagem, sendo que este pode apenas carregar o que couber tal qual o jogo do PC.

Há na ficha uma média de 5 ou 6 skills por personagem. Essas skills têm um custo em mana para serem ativadas e fornecem benefícios diversos, como incremento no ataque do bárbaro, criação de zumbis do necromante ou bola de fogo da feiticeira.

Essa fidelidade ao jogo de PC é um ponto forte e bem bolado pelos designers do jogo. Some a isso os resumos que há na ficha, temos aí várias ferramentas que ajudam os jogadores.

Se você for um fã feroz do old school ignore a seguinte frase: o excesso de tabelas acaba atrapalhando o desenrolar do jogo, por exemplo, o quest book começa informando ao mestre a quantidade de titles que devem ser usadas – mas o formato final da dungeon cabe ao DM decidir – e se há titles especiais, como a do altar, a biblioteca e escadas. Depois de montada a dungeon, o DM deve rolar um d20 cada vez que os jogadores entrarem numa nova área; “zerando” a área cada monstro tem uma chance x em 10 de dar um tesouro. Após contar quantos tesouros serão dados, o DM deve rolar d20 para descobrir se será ouro, item comum ou mágico. Se for ouro, rola-se d20 para descobrir qual a quantidade que pode variar de d8 a d12, dependendo do resultado no d20.

Se for item, rola-se d20 e descobre-se qual o item. Agora se for mágico, aja paciência, pois se rola d20 para ver se será uma poção, um item mágico ou um item único. Se for poção, adivinhem, d20 de novo. Se for item, rola-se d20 pra saber qual a base do item e outro d20 se ele tiver um prefixo – por exemplo, rápida –, um sufixo – por exemplo, de prata – ou 2d20 se tem prefixo e sufixo!!! Claro que se for um item único também se rola d20 para descobri qual será o sorteado da vez.

Nessas horas eu sinto falta da IA do PC!

Mas tirando esse ponto negativíssimo, que acaba travando muito o desenrolar do jogo, a história é bem bacana nos moldes do jogo do PC. As fichas são simples e a opção de poder mestrar para apenas um jogador é um grande diferencial.

Sendo assim, este humilde paladino agradece ao meu amigo e cobaia Leonardo por jogar comigo e dá a excelente nota 9 para o jogo. Se você encontrar este jogo agarre-o!

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Até a próxima