domingo, 31 de maio de 2009

DnD um mundo globalizado: Parte I - Economia

Olá DnD'ers,

Começo hoje no blog a postar uma série de artigos no blog comparando algumas lições de globalização que podem ser aprendidas com o DnD. Dentre outos temas falarei sobre a economia (tema do artigo de estreia), linguas/culturas, questões raciais dentre outros (se tiverem sugestões comentem que coloco na listas de temas a serem abordados).

Não pretendo com esta série de artigos criticar ou elogiar algumas opções simplistas que foram adotadas para o jogo de DnD e os mundos de RPG, pretendo apenas constatar estas simplificações e fazer uma analogia com o mundo de hoje.

Então vamos analisar alguns aspectos de economia DnDística:

1. Moeda Única.
Nos temos modernos (nosso mundo de hoje em dia) alguns pequenos passos foram dados na criação de moedas únicas regionais (como no exemplo do EURO), entretanto nos mundo de DnD, por maiores que sejam (como Forgotten) ou mais estranhos (como Spelljammer) a moeda oficial é o GP (Gold Piece) / PO (Peça de Ouro) e suas derivações de metais menos nobres. Os únicos mundos que não adotam o GP como moeda oficial são o DragonLance, com suas moedas de aço, e o Dark Sun com suas moedas de cerâmica. Ainda assim estas moedas tem validade em todo território abrangido pelo cenário, ou seja você pode atravessar um continente, ou fazer uma longa travessia de barco e ao chegar ao seu destino você não precissaria fazer nenhuma operação cambial para gastar o seu suado dinheiro.

Num mundo medieval normal (leia-se histórico) as moedas até poderiam ser feitas de ouro ou qualquer outro metal precioso, representando o seu valor, mas dificilmente elas teriam validade com terem prensadas em sua face o brasão do o lorde local.

Se os mestres de plantão quiserem inovar nas suas campanhas, implementar um pouco mais de realismo nas transções cambiais seria interessante. Imagine só, os PC's chegando em uma cidade erma após uma longa jornada, ordenam um banquete na taverna local, apenas para descobrir, na hora de pagar que as moedas de ouro que portam não tem nenhuma validade na região.

2. Tabelamento de Preços
Está lá, em qualquer edição do DnD uma extensa lista de armas, armaduras, utensílios, animais, comidas, roupas e tudo mais que um aventureiro possa necessitar, com preços que valem para todos os mundos do DnD. Voltando ao exemplo do velho mundo (Europa), mesmo com a grande maioria dos países adotando o Euro como moeda oficial ainda existem coisas mais baratas em algumas regiões do que em outras, seja por questões de impostos, disponibilidade local, diferenças de orferta e demanda, mas fato é que dificilmente uma lata de coca-cola custará 2 Euros em todo território.

É simples para o DM e para os jogadores, assim que entram numa cidade o ranger do grupo anuncia (compro 20 flechas e gasto 2 moedas de prata). Mas imagine se esta for uma cidade subterrânea com a raça predominante de anões, creio que dificilmente o ranger acharia flechas (talvez apenas bordões apara besta) e mesmo que as ache talvez tenha que pagar um preço um pouco mais caro. Usar recursos como este podem gerar oportunidades para o DM controlar alguns combos (restringindo a disponibilidade de alguns itens, como poções) e gerenciar um pouco a riqueza do grupo.

3-Produção Especializada e Distribuição Global
Este tema tem um pouco a ver com o anterior. É sabido que nos mundos de DnD os elfos são exímios produtores de flechas e os anões fazem exelentes armaduras e machados. Está subentendido no contexto de DnD que estas raças exportam os seus produtos caracteristicos e importam aquilo que não sabem produzir bem. Existe uma teoria econômica que para globalização dar certo seria necessário que cada país se especializasse em alguns produtos que ele realemente tem a manha de produzir, para fazer em larga escala e com custo otimizado, para trocar com os outros produtos produzidos por outros países (tipo um mega escambo).

Pensar em quais itens especiais podem estar disponíveis numa região do mundo é bem interessante. Avaliando questões culturais, históricas e raciais, quais os itens diferenciados (masterwork ou mágicos) estariam disponíveis para compra, até mesmo por um preço diferenciado para a região. Sugiro aos DM's quando criarem suas aventuras atribuirem fatores de percentuais de variação para compra de itens de especialidade na região (mais baratos ou melhores) e itens raros (mais caros ou piores). Porque os PC's conseguiriam comprar uma espada de 2 mãos em uma vila de pescadores? Em compensão o salmão defumado desta região, considerado uma iguaria, sairia bem baratinho.

Creio que estas dicas/constatações podem ajudar os DM's a colocarem um pouco mais de "sabor" regional e econômico em suas campanhas.

Continuem jogando e postando no blog!

Até a próxima

NC.

6 comentários:

  1. Olha só, um dos rpgs que trata deste assunto é o Hy-Brazil da daemon editora. Na parte de equipamento ele fala do custo adicional por distancia de um item. Algo como uma armadura produzida no Reino dos Anões das Minas Gerais custaria X, mas leva-la até São Paolo acresceria seu valor de acordo com quantos quilômetros foram rodados.
    Acho que vc deveria explorar um aspecto interessante da Globalização: a padronização tecnológica. Para fazer parte do mundo globalizado vc precisa de computadores conectados à grande rede (modem, linha telefônica, luz eletrica, provedor...)... como isso se dá nos mundos de fantasia medieval?

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  2. Realmente Valberto, a questão de comunição é um assunto que merece um post só dele.

    Na época da crise de 29 no estados unidos, o crash da bolsa americana só veio surtir efeito no Brasil alguns anos depois. Muitas vezes é possível que os aventureiros (viajantes) sejam os portadores da "informação" pelos reinos.

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  3. Nos mundos de D&D, alguns até onstentavam moedas próprias, mas o material era o mesmo... Então uma Coroa Cormyniana e um Dragão Thaytiano (Chutes de moedas, não lembro mais os nomes hehehe) eram tudo moedas de ouro.

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  4. Bacana o post.

    O fato de serem feitas de ouro ou não, não importa. O princípio da moeda é que a moeda cunhada vale mais que o material que se utiliza para fazer ela. Senão era só comprar moeda e revender o material. Antigamente as moedas eram utilizadas para demarcar um reino ou domínio de um povo.

    Até mesmo os reais que nós temos não valem nada. São pedaços de papel e metal que teoricamente o banco central brasileiro tem ouro guardado para dar valor a tão moeda. As notas e moedas apenas representam um contrato social entre o governo e os cidadões. "Esse pedaço de papel que você tem aí vale R$10,00. E nós honraremos isso até um crash generalizado do capitalismo."

    Então realmente a moeda universal (GP) seria inviavel. Fazendo a existência de diferentes moedas com as caras dos lideres locais terem valores distintos.

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  5. Quanto ao lance das moedas, acho que o fato de uma moeda ter o brasão do lorde de outro reino não deveria invalidar totalmente o valor dela, afinal ela ainda é feita de ouro e ouro é valioso em qualquer reino, mas ela poderia ter seu valor reduzido, tipo se você está com POs do reino X e vai fazer compras no reino Y vai ter que gastar mais.

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  6. Isto que o Renato acabou de falar é exatamente o câmbio vigente de cada Reino. Sem um economia global, os comerciantes de cada reino estabeleceriam suas cotações para moeda estrangeira. Mais ou menos igual ocorre nas fronteiras secas, não existe cambio oficial, cada comerciante ou grupo deles decidem por uma cotação.

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