Olá jogadores e DM's!
Este post, meio que foi ideia do meu irmão....Quando conversavamos sobre o blog e sobre um site que em breve ele vai lançar, ele jogou na mesa a seguinte ideia: "Por quê você não comenta dos momentos legais da nossa campanha de 4e, tipo aquela luta da barricada"?
Apenas para situar os leitores, a referida luta se passa na campanha Thunderspire Labirynth, [Zona de Spoiler On] nesta aventura os PC's seguindo pistas na busca de camponeses sequestrados chegam ao Horned Hold, uma fortificação Duegar. Para entrar na fortaleza eles enfrentam alguns orcs com lanças que atacavam pelas frestas da porta. Para dar cabo dos orcs eles tiveram que detonar a porta de entrada. Entretanto, com o combate foi apertado e eles precisaram retonar para dentro da Dungeon para fazer um Short Rest, já que escutam barulhos vindos dos cômodos próximos. [Zona de Spoiler Off]. O que tornou esta eventura especial para o grupo, não foi necessariamente o combate inicial em si, mas os eventos que se sucederam.
Ao retornarem do Short Rest os PC's encontram uma barricada feita com os corpos dos orcs e pedaços de madeira da porta detonada, e o cômodo de entrada totalmente vazio. Quando o rogue/acrobata do grupo tentou entrar no cômodo fazendo uma pirueta por cima da barricada, ele é surpreendido por uma magia de fogo que incendeia a pilha de corpos e madeira. A "bola de fogo" veio de um mago inimigo que espreitava pela porta ao fundo da sala. Utilizando a barreira de fogo com elemento estratégico os defensores da fortaleza tentaram (inutilmente) conter o avanço dos aventureiros.
O que tornou este combate especialmente memorável para o meu irmão, não foram os monstros enfrentados, a ambientação ou a história, e sim o fator surpresa promovido pela "personalidade" dos inimigos.
Acho que vale comentar o processo criativo do evento.
Na minha cabeça, como mestre da campanha, já havia previsto as seguintes opções "se ficarem de bobeira aqui, os outros inimigos virão investigar o barulho, mas se adentrarem a fortaleza neste momento, os combates seguirão conforme previsto", ai questionei os PC's o que eles gostariam de fazer, e eles respondem "Precisamos de um short rest, mas vamos para dentro da dungeon, para evitar surpresas".....bom isso não estava no script. Informo aos PC's que eles precisariam correr por uns 15/20 minutos até chegar num ponto aparentemente seguro para descansarem.
Nesta hora tive que improvisar..... a escolha fácil (e normalmente as escolhas fáceis não são as melhores) seria de manter o previsto e deixar os inimigos paradinhos na sua sala esperando os invasores chutarem sua porta. Não foi essa a escolha que tomei, decidi por incrementar o encontro! Dei uma rápida olhada nos monstros dos próximos encontros e verifiquei quantos eram, qual a inteligência e poderes que eles tinham. Analisei e pensei o que eles fariam se encontrassem a porta da fortelza detonada e seus vigias mortos, entretanto sem sinal dos invasores. Decidi que os monstros preparariam uma armadilha e fariam um tocaia esperando o retorno dos aventureiros, assim montaram uma barricada com os corpos e restos de madeira do cômodo, jogaram óleo na barricada e o mago ficaria espreitando na greta da porta para incendiar a barricada assim tentassem passar pelo obstáculo.
Muitos dizem que o DnD 4e matou o role playing, e eu discordo. Com certeza é um jogo mais focado no combate, as mesmo no combate existe espaço para a interpretação, improviso e personificação, não só por parte dos PC's mas também por parte do DM também. Para mim são os pequenos detalhes que separam um sessão de jogo qualquer de um evento para se lembrar!
Até a próxima!
NC.
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querido e s...
Há um mês
Como irmão de NC, leitor frequente de seu blog e membro da mesa em que se passou o evento descrito neste post, me senti compelido a comentar este post.
ResponderExcluirRealmente foi um momento memorável, sobre o qual ainda comentamos em nossas mesas redondas.
Meu Dragonborn Warlord, ajudou o Hafling "The Flea" a fazer um teste de acorbatics para passar a barricada (não havia sido acessa ainda). A cena foi cinematográfica e o pequeno Hafling tomou uns pequeno dano de fogo. Vendo que ele se encontrava em desvantagem númerica e a barricada de fogo entre o grupo e ele. Não hesitei, apenas atravessei o fogo (tomando um dano considerável, reduzido pelo amuleto Fire -5). Equanto nossos strikers davam seu jeito para atravessar a barricada sem pegar fogo. A luta que se seguiu foi épica e ficamos impressinados com o "flavor" que o DM deu no encontro.
Tirando isso ... ao longo das aventuras que jogamos, aprendemos que Kobold é Grotz. E que na próxima aventura vamos ser um bando de Kobolds.
Fernando
Taí o "selo de qualidade"!
ResponderExcluirDe forma alguma, kobold é raça exclusiva do DM! Vocês vão ter que se contentar com Humanos, Elfos, Dragonborns, Anões e outras coisas de classe menor! rs.
NC.
Os Kobolds ficaram bem legais nessa nova edição, eu comecei ontem a mestrar o Keep on Shadowfell e os jogadores ficaram surpresos com as táticas dos Kobolds, tanto que carinhosamente os apelidaram de Combolds (Kobolds Combados).
ResponderExcluirAdorei a forma de 'improviso'. Eu particularmente não tenho tantas ideias legais para estratégias de combate. Mas o povo ainda lembra dos Kobolds do Exército Supremo, que se escondiam nas pedras e atiravam com bestas leves e arcos curtos, dizimando quase que completamente um grupo de 10º nível =D
ResponderExcluirPassa lá no meu blog depois ^^
Abraços
Todo sistema novo é cheio de ranço daqueles que não suportam mudanças e reclamam sem propriedade. D&D sempre foi um wargame anabolizado, e é por isso que gosto tanto dele.
ResponderExcluirAinda assim, cada RPG tem a cara de cada mesa de jogo. Há mesas que jogam com super-heróis medievais, há mesas em que o D&D mais parece Call of Cthulhu em Forgotten Realms.
Mas o que eu gostei na postagem (e que já tinha que estar escrevendo) é justamente esse prazer que só o DM tem, colocar um único elemento interessante num NPC ou num Encontro e, quase que sem querer, fazê-lo inesquecível para os jogadores.
Call of Cthulhu em Forgotten Realms... já mestrei coisa parecida e deixei muito jogador traumatizado :P
ResponderExcluirMuito bom o improviso. Queria jogar com mestres com esse nível de improvisação e um pouco mais de instinto assassino (dica pra ti, Renato).
Mas D&D 4e diminuiu muito o estímulo ao roleplay. A não ser em surtos de inspiração, cenas legais de roleplay tem de ser planejadas com antecedência. Eca.
PS.: 3.5 tentava estímular um pouco mais roleplay, os jogadores que não respondiam. As outras edições são wargame for dummies.
Lucas, deixa de ser babão da 3.5 =P
ResponderExcluirInterpretação NÃO depende de sistema, um exemplo disso é o Storyteller, um sistema que foi criado para estimular a interpretação, mas a maioria dos narradores e jogadores transformou o sistema em Story-SWAT-teller.
Se o mestre e os jogadores querem interpretar, pode ser D&D 3.5 ou 4ed, Storyteller ou Storytelling, GURPS 3ed ou 4ed e até mesmo 3D&T =O
Continuo concordando com o Renato, quem faz o jogo ser mais ou menos Role Playing são os jogadores e mestres.
ResponderExcluirPor mais que esteja escrito na aventura (Insert Roleplaying here) se quem estiver jogando ou conduzinho o jogo não quiser não vai rolar interpretação.
As vezes seria mais produtivo se o "Tonho" citasse porque o 4ed não é Roleplaying friendly, para ilustrar seu ponto de vista para nós que insistimos em fazê-lo enquanto jogamos o War Game 4ed.
Bem qq um pode colcar roleplay em qq coisa (grosseiramente se vc quiser voce pode colocar RP em um jogo de xadrez p.ex.). A questão não é os jogadores, mas sim o sistema! Qual o beneficio/estimulo que voce tem para RP no D&D 4.ed? Um comparativo Scion (livro usando a nova mecanica do Storytelling) se voce INTERPRETAR E DESCREVER voce ganha dados na sua pilha que variam de 1 a 3 dependendo do nivel da interpretação.
ResponderExcluirD&D sempre foi um sistema focado em regras, não em lógica. P.ex não importa como voce vai atacar, não importa se voce vai descrever o ataque, voce simplesmente ataca! Outro ex. Qual o beneficio de atacar a cabeça de um ORC em D&D??? Nenhuma, voce toma a "penalidade genérica" (como fala o nosso mestre) e se acertar apenas causará seu dano normal sem qq beneficio. Voce não pode se aproveitar do erro do oponente e nem o oponente se aproveitar do seu erro, como disse em D&D voce simplesmente alega: "eu ataco ele".
Em relação ao D&D 4.ed MUITO do potencial de algumas classes é comprometido se não for usado mapa/matriz de combate. Voce tem que saber quantos quadrados está de distancia do oponete, do aliado, se está flanqueado/flanqueando se a magia de burst 3 vai atingir quais quadrados, etc...
O que quero dizer é que o 4.ed foi criado para ser um Wargame e não um RPG, mas não quer dizer que os jogadores e o mestre não possam inserir RP nele.
Qual é o roleplay de atacar a cabeça, o joelho ou a BUNDA de um orc, ao invés de atacar o tronco?
ResponderExcluirE qual é o roleplay de descrever minuciosamente o meu ataque, mostrando como vou tirar proveito do terreno e das fraquezas do inimigo? Isso tá mais pra estratégia que pra interpretação!
Pelo argumento que você tá usando, GURPS e Scion são muito mais Wargames e muito menos RPGs que D&D!
Quanto ao uso de mapas e miniaturas, essa SEMPRE foi uma característica de D&D, não sei como era no AD&D, mas na 3ª edição (3.0 e 3.5) o capítulo de combate é todo exemplicado com ilustrações de batalhas de miniaturas, a 4ª edição simplesmente enfatizou isso e é algo que ajuda MUITO da hora do combate.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO que tem mais RP: "mestre eu ataco ele" ou "Me aproveitando que o ORC erro um atque e sua arma subiu vou me aproveitar para golpear na parte abaixo do braço para atacar" Ambos em 3º pessoa, ambos em combate. Pode parecer a mesma coisa, mas não é. Usei combate pois é o mais usual, mas em muitos outros aspectos podem ser considerados.
ResponderExcluirUm exemplo não combativo: em qual sistema é mais fácil (o sistema por si só ajudando) a caracterizar traços de personalidade do personagem, Trevas ou D&D?
Mais uma vez vou reafirmar: por mais que um sistema NÃO TENHA sido criado para RP (seja ele qual for não apenas D&D), quem faz o RPG são os jogadores. O sistema é uma ferramenta de padronização que quem vai definir o RP são os jogadores e o mestre e não o sistema, por mais que ele não tenha beneficios de RP.
Bem essa é apenas a minha opinião...
Respondendo sua pergunta sobre qual das duas situações de combate tem mais roleplay: Nenhuma das Duas!
ResponderExcluirCombate não é roleplay!
Roleplay, pra mim, é criar um background e uma personalidade para o personagem e aplicá-los na sessão!
Olá!
ResponderExcluirEita que discussão acalourada!
Não sou o dono da verdade, mas quero colocar um pouco de razão na discussão...querendo ou não invariavelmente, sempre que falamos de "roleplaying" acabamos voltando à velha discussão de DnD X Storytelling.
Concordo quando vocês colocam que o roleplaying não depende única e exclusivamente do jogador, mas existem sistemas que incentivam mais a interpretação, assim como concordo com a colocação de que o DnD é praticamente um Wargame mais complicado.
Mas vamos fazer uma analogia
Um jogo de DnD descompromissado e com jogadores avacalhados acabará sendo um jogo um 99% de Roll e 1% de Role. No entanto um grupo mais engajado, e motivado e que queira fazer um jogo diferenciado pode chegar a fazer um jogo com 50%/50%
Por sua vez o Storytelling se jogar com um grupo avacalhado (x-men noturnos) acabará com um relação de 70% Roll X 30% de Role, mas se o grupo for um grupo experiente e tudo mais a relação poderá ser 90%/10%.
O que eu quero concluir é que o sistema storytelling é mais propício para o Role, mas um grupo bacana de DnD pode ter uma experiencia de Role igual ou maior que um grupo mediano de Vampire.
Não gosto da separação que "encontros sociais" são de Roleplaying e encontros de combate são Rollplaying. Considero que você pode realizar uma excelente interpretação mesmo em jogos mais focados em combate, adicionando pequenas "perks" no seu personagem, tipo o Cleric que sempre clama pela força de seu deus fazendo uma oração a cada cura realizada, ou o mago que não gosta de matar monstros e sim captura-los para realizar experiencias depois, ou o anão que tem uma relação amorasa com seu machado de batalha e por ai vai...
Gosto de campanhas nesse estilo, foco em batalhas!
ResponderExcluirBlog bacanudo, nome não poderia ser melhor "nerdcore".
Abraços.