quarta-feira, 11 de março de 2009

Colocando o "R" em RPG

Olá jogadores de RPG.

Em parte retornando com a velha discussão sobre se o DnD (principalmente o 4e) é ou não um wargame disfarçado, venho trazer hoje algumas dicas de como colocar o "R" na sua mesa de RPG. Para quem não entendeu, vou dar comentar sobre "macetes" de como melhorar a parte de interpretação e personificação dos personagens.

Justifique seus combos
Seja lá qual for a razão para você montar um combo bizarro, tipo um rogue/cleric ou um half-orc wizard ou um gnome ninja, é importante que se tenha uma lógica ou uma história por tras do combo. Certa vez rolei um rogue/cleric, para justificar este combo fiz uma história de que no início de carreia o personagem era um ladrão de obras religiosas, mas sofreu um acidente roubando uma igreja, e foi acolhido pelos padres/monges, posteriormente se convertendo para a religião.

Desenvolva seu "tique-tique" nervoso
Todos nós temos perks, trejeitos, ou manias (seja leves ou compulsivas). Uma excelente forma de dar vida ao seu "Dwarf Fighter Genérico número 5" é criar ou desenvolver alguma mania para ele. Alguns bons exemplos que eu já usei foram: mania de beber somente leite em tavernas, diariamente raspar a cabeça (era um halfing combatente que achava que cabelo grande atrapalhava), colecionar orelhas/dentes/partes de inimigos derrotados.

Pense sempre "Com que roupa eu vou"?
O cuidado com o vestuário ou alguma característica marcante dos trajes que o seu personagem usa podem sempre dar um toque legal e desenvolver sua personalidade. Pense nas cores que das roupas que você usa, e como combina os acessórios, caso você tenha um traje especial/cerimonial descrêva-o sempre que for usá-lo. Por exemplo o tal cleric/rogue com que joguei uma campanha de Ravenloft possuia um manto que de um lado era de seda branca e do outro de veludo negro, ele invertia o manto de acordo com o momento/humor/conveniência.

Dobre sua língua
Se possível desenvolva algum sotaque específico para seu personagem. Caso você jogue com um bárbaro de regiões geladas, por que não falar como um nórdico ou alemão? Ou se o seu personagem é um ladrão experiente da costa, que tal falar como um pirata? Mas se imitaçãoes e sotaques não é o seu forte, sugiro que desenvolva algumas frases de efeito para você falar nos devidos momentos. É sempre legal o seu clérico gritar "Paladine acabe com estas aberrações sem vida" enquanto você rola o seu turn undead ou "Myshakal elimine estes chagas deste ser de bem" na hora de rolar aquele cure light salvador. Depois da terceira ou quarta vez que você fizer isso, nem precisará mais avisar qual a jogada de dados que você quer fazer, bastando apenas dizer sua frase de efeito e rolar os dados que a mesa entenderá o "código".


Existem dezenas de outras dicas que podem ser utilizadas. Comentem aquelas que vocês mais utilizam.

Por hora é só.

Até a próxima

NC.

9 comentários:

  1. Legal as dicas. Uma coisa que eu tenho visto em alguns blogs é a discussão do metodo old schoool. Sinceramente não me pareceu uma boa ideia usar esse metodo com D&D num 1° momento, mas na ultima sessão deixou mais interessante, então acho que é uma ferramenta útil e funcional...

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  2. Eu mesmo tenho dificuldade de "interpretar" um personagem. Meu roleplaying normalmente se desenvolve através do comportamento do meu personagem assim como atitudes durante os combates. Um dia ainda desenvolverei a habilidade de incorporar o personagem ... mas querendo o não eu tenho medo da minha atuação ficar tão fudida que na verdade vai atrapalhar mais que ajudar. Mas eu chego lá.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Criaturas da Terceira Terra,

    Conheci o blog hoje. Conheci e gostei. Estarei por aqui.

    Mais uma dica pra desenvolver o érre?

    Crie um defeito
    Sim! Todo mundo tem o seu! Personagens opacos não tem graça! Alguns dos personagens mais bem interpretados que eu testemunhei tinham defeitos claros e evidentes.

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  5. As vezes uma situação ou brincadeira durante a sessão acaba se tornando uma característica do personagem.

    Meu Halfling Bárbaro acredita piamente que o grupo está enfrentando Bruxas (na verdade são Devoradores de Mente), tudo por causa de uma piada que eu fiz durante uma sessão.

    O grupo tava conversando com camponeses da cidade para saber de coisas estranhas que andavam acontecendo na região, entre muitos fatos relevantes um falou uma coisa sem importância (que o leite tinha azedado), peguei o gancho e fiz uma piada sobre Bruxas, isso acabou virando um traço do meu personagem, agora toda vez que acontece alguma coisa estranha ou algo sai errado, ele diz que foram as "Bruxas Azedadoras de Leite".

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  6. Isso é um clássico...

    Um antigo personagem de GURPS andava sempre com sua Kill List - lista de pessoas que ele ia matar quando se tornasse ditador único de Yrth - atualizada diariamente com 90% dos NPCs e 100% dos PCs, meu Warlord da 4e acha que é o Capitão Nascimento (tá, essa era óbvia) e meu meio-orc de inteligência 5 achava que era mago porquê sabia fazer truques com cartas (e sua incrível graduação 1 em prestidigitação).

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  7. gostei do post, estou fazendo um pingback como comentário, pois não sei como fazer pingbacks xD.

    http://castlerpg.wordpress.com/2009/03/01/criando-personagens-maneiros/

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  8. Tem gente que realmente precisa saber como fazer um personagem marcante, mesmo que contenha uma lista interminável de combos em sua ficha...

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  9. Anão, o que é o método "old school"?

    Postem suas dicas que minha ideia é fazer deste assunto um post regular!

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